CARVALHO, L.P.M.; PIVA, M.R.; SANTOS, T.S.; RIBEIRO, C.F.; ARAÚJO, C.R.F.; SOUZA, L.B. Odontologia. Clín.-Científ., Recife, 7 (1): 47-52, jan/mar., 2008
Na parte introdutória do artigo, são apresentadas as alterações envolvendo a disfunção da articulação temporomandibular (DTM) podem afetar grande parte da população. Os principais sintomas característicos são dores faciais, limitação de movimentação mandibular, ruídos articulares, dores de cabeça e dores de origem cervical, desvio mandibular, travamento mandibular, luxação, subluxação e trismo (mais comum no sexo feminino). As formas de diagnostico de tal desordem partem da anamnese, exame clínico, montagem de modelo em articulador. O estudo do modelo no articulador vai permitir ao profissional da área odontológica uma melhor percepção da condição oclusal e traçar com maior segurança o tratamento adequado (prótese, ortodontia, ajuste oclusal, placa miorrelaxante). Tanto o tratamento como o diagnostico da DTM se tornam difíceis pela característica etiológica multifatorial.
Entre os sintomas que sinalizam alguma disfunção na ATM, a oclusão é um fator primordial e que se destaca dentre os demais. Além da perda da dimensão vertical da oclusão (DVO), a perda de elementos dentais e a alteração da posição dos remanescentes ocasionam desarmonia oclusal, alterações na função muscular e nas ATM, e desenvolvimento de hábitos parafuncionais, como a mastigação unilateral, bastante frequente em indivíduos com DTM. Porém, o individuo que apresentar alguma desordem oclusal não terá, obrigatoriamente, uma disfunção na ATM. Segundo Mcnamara et al.; Pullinger e Seligman, são cinco as condições oclusais que apresentam riscos elevados de desenvolver DTM: mordida aberta anterior, mordida cruzada posterior unilateral, overjet acima de 6 ou 7 mm, perda a partir de cinco dentes e deslizamento de relação cêntrica (RC) para posição de máxima intercuspidação habitual (MIH) com extensão acima de 5 mm. Algumas alterações oclusais podem indicar o desenvolvimento de DTM, como tendência à mordida aberta, relação de molar em degrau mesial e distal, e overjet aumentado ou diminuído. Alguns indivíduos, problemas emocionais podem contribuir para o aparecimento da DTM como sua perpetuação. O estresse pode aumentar a tonicidade muscular e influenciar na função mastigatória além da elevação de atividades parafuncionais. A melhor forma de tratar o paciente portador de DTM é avaliar o grau de comprometimento no momento de sua disfunção através da anamnese e exame clínico e, assim, obter um diagnóstico mais preciso através da identificação dos possíveis fatores etiológicos.
No tópico onde nos foi apresentado a metodologia do estudo, foi apontado que o mesmo foi composto por 30 indivíduos portadores que foram atendidos no Departamento de Odontologia da Universidade Federal de Sergipe (DOD/UFS).
Os pacientes foram submetidos a um questionário que continha informações voltadas a DTM. Em seguida foi feito o exame clinico e radiográfico (quando necessário) apenas para confirmação e se o caso estava de acordo com o estudo proposto. Foi realizada a moldagem e confecção de modelos de estudos, os quais foram inseridos num articulador semi-ajustável para verificação da oclusão. Os pontos avaliados foram: Perda dentária; Alterações do desenvolvimento da face (defeitos oclusais): classificação de Angle, traspasse horizontal ou vertical acima de 3 mm, mordida aberta ou cruzada ou topo; Hábitos parafuncionais: Bruxismo e Apertamento, mastigação unilateral, hábitos orais deletérios, dor muscular (face, cabeça, nuca e durante a mastigação), desgastes dentários (dentina), dimensão vertical (perda dentária), interferências oclusais em movimentos excursivos, contatos prematuros em MIH; Alteração na função muscular, Modificação na oclusão e dimensão vertical; DTM : Dificuldade de mastigar, dificuldade de movimentação para os lados, dificuldade de abrir a boca, desvio mandibular, ruídos articulares, dor e desconforto na ATM ou região de ouvido, luxação; Estresse.
O critério de classificação dos casos foi os estágios da DTM: I, II ou III. Levando em consideração o estágio em que o paciente se encontrava e o conhecendo os possíveis fatores etiológicos, foi traçado o plano de tratamento.
Na seção Resultados do artigo, nos é apresentado em formas de números todos os dados coletados, onde o sexo feminino possui maior predisposição para a disfunção temporomandibular (DTM), com 67% da amostra. Vários fatores podem ser associados com a DTM, não sendo necessariamente apenas um. A tensão emocional pode também influenciar causando o aparecimento de hábitos parafuncionais como o bruxismo, apertamento, o roer de unhas, morder de lábios e mastigação de objetos (sendo 80% da amostra da pesquisa). Em 96% da amostra os contatos prematuros e interferências oclusais, que classificados como fatores predisponentes intermediários, foram observados em associação com modificações da oclusão original de defeitos do desenvolvimento.
A maior manifestação dos DTM nas mulheres é comprovada também em outros estudos, e relaciona-se a menor capacidade de tolerância e adaptabilidade da musculatura. No artigo em questão foram considerados alguns fatores como: a perda dentária, hábitos parafuncionais e defeitos de desenvolvimento. Outro grande elemento que pode ter relação na disfunção é o estresse, pacientes que permanecem em constante crise de estresse podem tê-lo como agente primário, perpetuador ou desencadeador.
Para se chegar a um diagnóstico da DTM é necessário que seja feito uma anamnese e um minucioso exame clínico, além dos modelos de estudos de gesso montados em articuladores.
Os principais sintomas que podem ser apresentados são dores musculares, ruídos articulares, dor nas ATMs e dificuldade nos movimentos mandibulares.
Portanto, é possível identificar os fatores etiológicos e predisponentes que permitam estadiar a doença e trata-la, assim como prevenir sua evolução.
ALUNOS:
8 – FRANCISCA IASODARA MOREIRA FERNANDES
8 – FRANCISCO IVENS GARCIA COELHO AIRES FURTADO
FACULDADE LEÃO SAMPAIO – FALS
ODONTOLOGIA 105.3