MELO, Gustavo Moreira
de; BARBOSA, Jose Francisco Sales. Parafunção
x DTM: a influência dos hábitos parafuncionais na etiologia das desordens
temporomandibular. Oral Ciência, v.1, n.1, Agosto de 2009.
O artigo proposto para leitura trata das disfunções
temporomandibulares (DTM) e seu caráter multifatorial. Caráter este, que
engloba fatores estruturais, funcionais e psicológicos.O objetivo do estudo
tratado no artigo foi dar um destaque á importância das atividades
parafuncionais como fator causador no desenvolvimento de desordens
temporomandibulares e também alertar os cirurgiões dentistas para a importância
das parafunções e o cuidado na avaliação de cada caso.As disfunções
temporomandibulares constituem um tema complexo, de poucas comprovações e
muitas vezes controverso. Porém clinicamentese trata de uma alteração
clinicamente perceptível,como também é de fácil observação ,com relação às de
hábitos parafuncionais.Os hábitos parafuncionais causam desequilíbrio na
harmonia do sistema estomatognático,sendo frequente em indivíduos com DTM. Com
a presença desses hábitos, os músculos tendem a trabalhar mais e podem entrar
em fadiga e alterar a função,gerando tensão,hiperatividade muscular e forças
aumentadas,ocasionando dor e desconforto.Por isso as parafunções são
parafunções são definidas como microtraumas, ou seja, pequenas forças aplicadas
repetidamente às estruturas articulares por um longo período de tempo.Cargas
persistentes podem ocasionar mudanças nos mecanismos do movimento
côndilo-disco.O estudo descrito no artigo utilizou os seguintes hábitos
parafuncionais:apertamento dental,mastigação unilateral, onicofagia, jogo
mandibular, mascar chicletes, hábitos de morder os lábios ou bochechas,
objetos, sucção de dedos, uso de chupetas, hábito de ranger os dentes durante o
dia e o bruxismo do sono, com um enfoque especial.O autor do artigo destaca as
ideias de Cauás et al., 6 Carrlsson e Magnusson 12, referente ao fato que os
hábitos parafuncionais são, frequentemente, fatores contribuintes da DTM,
podendo ocasionar posicionamento anormal dos dentes e levar a uma oclusão traumática
predispondo à disfunção.O artigo deu um destaque maior ao bruxismo, que trata
de uma desordem do sono, onde o individuo range os dentes de forma inconsciente
e não acorda, esse é o bruxismo do sono, uma classificação a parte do bruxismo,
que também pode ocorrer durante o dia. Esse é um fenômeno decorrente do sistema
nervoso central que ocorre normalmente em níveis subconscientes. Está
relacionado ao comportamento de estresse e dor. Na clínica é relacionado a
desgaste dentário, fratura de dentes ou restaurações, hipertrofias e dores musculares,
mobilidade dentária, desconforto ao acordar, travamento da mandíbula e
limitação dos movimentos mandibulares, podendo ainda comprometer a ATM,
provocando estalidos devido ao deslocamento do disco articular, e som de ranger
dos dentes relatados por companheiros de quarto. Trata-se de um hábito
relacionado a vários fatores causais, como emocional, dental, idade ou
idiopático.Ainda são muitas as dificuldades para um correto e adequado
diagnóstico do bruxismo, dentre eles: a frequência dos eventos varia de noite
para noite, exames de alto custo, relato impreciso pelo paciente na anamnese
por não ter o conhecimento da posse da parafunção. Vale ressaltar que o fato
dessa atividade começar na infância, pode está relacionada aos desconfortos
musculares e articulares. O artigo conclui que, os hábitos parafucionais têm
relação na biomecânica temporomandibular, sendo extremamenteprejudicial.
Existem fatores que estão interligados ao desenvolvimento dessa desordem como:
estruturais psicológicas e funcionais. Porém, parece não ser possível
estabelecer uma relação de causa e efeito entre as parafunções e a origem das
DTM.
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